Em entrevista, Antonio Ueno detalha pesquisa que traçou preferências dos campo-grandenses

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Ao participar nesta quinta-feira (18/05) do Programa Tribuna Livre, da Rádio Capital FM, o cientista político Antonio Ueno, diretor-presidente do Grupo Ranking, detalhou a pesquisa realizada pelo Instituto Ranking Brasil Inteligência e que traçou as preferências de lazer dos campo-grandenses.

“Essa pesquisa faz tempo que eu gostaria de fazer aqui na Capital. Porque as pessoas, muitas vezes, no dia a dia, falam que Campo Grande só tem buracos, só tem problemas na saúde, só tem problemas no trânsito e, não é só isso, Campo Grande é uma cidade de quase um milhão de habitantes, mas que recebe muitas visitas das pessoas do interior, nos fins de semana e durante a semana, também por sermos a capital do Estado”, declarou.

Além disso, conforme Ueno, Campo Grande fica bem no centro do Estado e as pessoas vêm para cuidar da saúde, para tratar de política, para negociar com empresas. “Então, todos os dias caminham por Campo Grande em torno de 1,2 milhão de pessoas, é muita gente. E Campo Grande é uma cidade linda, maravilhosa e tem coisas boas aqui. Claro que, muitas vezes, no dia a dia, a gente acaba não percebendo”, lamentou.

O cientista político revelou que Campo Grande é uma das capitais que menos tem analfabetos no Brasil, perdendo só para Curitiba (PR) e Florianópolis (SC). Então, aqui, os analfabetos são só 4,5% da população. “Para você ter uma ideia, o percentual da população que já tem Ensino Superior é de 32%, é um dos maiores do Brasil. Na questão religiosa, Campo Grande é uma das capitais onde mais tem evangélicos, em torno de 35%, então, a cidade é muito religiosa, onde os católicos também são muito praticantes”, pontuou.

Uma outra situação que tem crescido em nível de Brasil, segundo Ueno, é o número de pessoas que se dizem sem religião, que está chegando a 10%. “Isso é uma coisa que precisa ser estudada, pois essa questão religiosa influencia muito no voto e no consumo”, avaliou.

Mulheres

Segundo Tony Ueno, na hora de adquirir bens, por exemplo, quem mais compra carros em Campo Grande nas concessionárias é a mulher. “Em Campo Grande, o número de mulheres em relação aos homens é maior, é de 54%. É muito grande. As mulheres daqui são cada vez mais independentes”, garantiu.

Conforme ele, tem uma coisa interessante que a pesquisa apontou foi que os solteiros querem mais atenção dos supermercados. “A gente começou a perguntar também sobre supermercados, atacados e aí eu lembro que uma senhora disse pra mim para avisar aos supermercados a venderem produtos para as pessoas solteiras. Ela disse que, por exemplo, não consegue tomar um litro de leite, que consome só meio litro. Nas casas de bolo, só tem os grandes, não tem bolos pequenos e acaba estragando a maior parte”, declarou.

O cientista político ressaltou que são hábitos que precisam ser analisados e, por isso, foi feito o levantamento. “Na pesquisa, começamos pelos locais preferidos pelas famílias, que são o Shopping Campo Grande, o Parque das Nações Indígenas, o Parque dos Poderes, a Feira Central, o Shopping Norte Sul e a Rua 14 de Julho, que foi reformada e as famílias gostam de passear por lá, tem também o Camelódromo, o Shopping Bosque dos Ipês, os altos da Avenida Afonso Pena e o Aeroporto Internacional, que também se tornou um ponto turístico, o Mercadão Municipal tão conhecido pela população campo-grandense e, às vezes, atrai pessoas do interior”, argumentou.

Nos fins de semana e nos feriados, Tony Ueno lembrou que as pessoas gostam de barzinhos e restaurantes, mas também de ir à igreja com a família, fazer churrasco com os amigos, assistir TV, futebol, filmes, ir à Feira Central, ao cinema e pedalar no parque. “Já quem pode gosta muito de ir para as chácaras, sítios e fazendas”, enumerou.

O cientista político ainda lembrou que, muitas vezes, as prefeituras do interior decidem cancelar o Carnaval para investir o dinheiro na saúde. “É um equívoco, pois, a cada R$ 1,00 investido em cultura, lazer e esporte, retorna R$ 3,00 para o município, no mínimo. Então, quando você investe em cultura, lazer, há uma retribuição em impostos, em serviços para o município. Movimenta hotéis, táxi, ônibus, restaurantes e pizzarias. Claro que temos de investir em saúde, investir em educação, mas investir no lazer é fundamental, muito importante”, assegurou.

Custo de vida

Conforme Tony Ueno, a pesquisa também levou o que mais pesa no bolso dos campo-grandenses e os entrevistados apontaram a energia elétrica. “As pessoas estão reclamando demais dos impostos também, que acabam sendo embutidos em todo tipo de serviços e produtos, principalmente os combustíveis, que, mesmo com esse anúncio da queda, ainda não chegou ao bolso do consumidor, sem falar na alimentação, na prestação do carro, na água, ou seja, são fatores que pesam no orçamento”, lembrou.

Ele reforçou que essa pesquisa acaba sendo um guia naquilo que o poder público e as empresas também podem estar trabalhando para melhorar na questão do atendimento, de preços e da qualidade de serviços ao consumidor. “O poder aquisitivo da população de Campo Grande é um dos mais altos do Brasil. Então, conforme for o investimento, não vai levar prejuízo, você vai ter retorno então vale a pena dar uma conferida nessa pesquisa”, sugeriu.

O gosto musical também apareceu no levantamento e o preferido é o sertanejo universitário. “Esse é o primeiro, depois vem o sertanejo raiz, o gospel evangélico, que tem em torno de 12%. Está crescendo esse estilo de música, não somente para pessoas evangélicas, mas, entre pessoas que são cristãs de uma forma geral. Cresceu muito a tal da pisadinha, pop, rock, música romântica, caiu muito, o povo está mais romântico”, brincou o pesquisador.

Antonio Ueno apontou que a pesquisa revelou ainda que o rádio é a principal fonte de informação para os campo-grandenses. “Teve muitos comentários nas redes sociais, questionando como o rádio e a televisão são os preferidos ao invés das redes sociais Eu explique que, na verdade, as redes sociais criam ondas, mas a notícia chega até as redes sociais pelo rádio e televisão”, ressaltou.

Ele completou que, quando a pessoa liga o rádio, é porque ela quer ter informação de qualidade ou ouvir música. “Você chega aos bairros de Campo Grande e, nas residências, está todo mundo sintonizado em alguma rádio. Então o rádio ainda é um veículo de comunicação líder de audiência em Campo Grande e aqui é uma capital privilegiada em termos de emissoras de rádio, televisão e de sites de notícias, temos bons sites de notícias aqui na nossa capital, temos bons programas de televisão e rádio aqui”, disse.

Rádios e redes sociais

O cientista político revelou que são 11 rádios comerciais e, no total, são 17 emissoras de rádio em Campo Grande, atendendo todo tipo de público. “A Capital FM está navegando na liderança na pesquisa que levantamos, isso é importante então. Então tá aí o rádio com 25% logo após a televisão com 24%, redes sociais tem 20%, depois vêm os sites de notícia e o jornal impresso. E aí com relação às redes sociais o WhatsApp aparece em primeiro, seguido pelo Facebook, Instagram, TikTok, YouTube e Twitter”, citou.

Sobre o que as pessoas querem, ele disse que a população ainda quer o recapeamento das ruas e as operações tapa-buracos. “Agora que parou a chuva, parece que a Prefeitura de Campo Grande está dando uma prioridade nessa questão. Também precisa de local para shows e eventos e isso tem que ser levado em conta pelas autoridades, deputados estaduais, Governo do Estado, Prefeitura, vereadores e os próprios empresários. Olha, quer ganhar dinheiro em Campo Grande? Faça um local para shows e eventos”, aconselhou.

Tony Ueno acrescentou que o campo-grandense não gosta de ver obras paradas, quer mais atenção com a saúde pública e atração de mais fábricas para gerar empregos. “Elas também querem mais parques temáticos e mais uma faculdade de Medicina. Por isso, eu aconselho que as autoridades e empresários consultem a pesquisa completa, que está no site www.rankingpesquisa.com.br. As pessoas podem conferir essa e outras pesquisas que recentemente a gente fez em Campo Grande na área da saúde e na área da educação”, revelou.

Segundo ele, o Instituto Ranking Brasil Inteligência espera contribuir para o setor público e privado em Campo Grande com essa pesquisa. “É um levantamento encomendado pelo site Diário MS News e as pessoas podem conferir e tirar algum proveito desses números, desses dados que a gente levantou. Qualquer dúvida estamos à disposição para esclarecimentos, para que as pessoas possam tomar e pegar mais informações”, finalizou.

Veja toda a entrevista que começa com 1h e 18 minutos

https://www.facebook.com/capital95fm/videos/1376767949836268

Dados

O levantamento foi realizado no período de 10 a 15 de maio deste ano, junto a 1.200 moradores das sete regiões urbanas de Campo Grande (Anhanduizinho, Bandeira, Centro, Imbirussu, Lagoa, Prosa e Segredo), com 16 anos ou mais de idade. 

A pesquisa é do tipo quantitativa, por amostragem, com aplicação de questionário estruturado em entrevistas com abordagem pessoal em ponto de fluxo populacional e domiciliar. Desta forma, todos tiveram a mesma chance de serem sorteados para responderem ao questionário. Para um intervalo de confiança de 95% e um tamanho de amostra de 1.200 entrevistas, a margem de erro máxima estimada foi de 2,75%, para mais ou para menos.

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